O estado de erê como experiência lúdico-transformacional

DOI® https://doi.org/10.54948/desidades.v0i32.46705
  • Ana Maria de O. Urpia
    Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas, Instituto de Psicologia Analítica, Bahia, Brasil.
  • Leandro dos Santos Conceição
    Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas, Licenciatura Interdisciplinar em Artes, Bahia, Brasil.

Resumo

Este artigo pretende evocar, do interior do universo simbólico da arkhé negrobrasileira, a figura do erê para pensar o lúdico na saúde das comunidades negras e na clínica do adulto. Partindo da noção de experiência lúdica, em Cipriano Luckesi (2014), propõe pensarmos o estado de erê como uma experiência lúdico-transformacional. Compreendendo o lugar que este ocupa no campo religioso, analisa-o, porém, do ponto de vista psicológico. Assim, após fazer algumas considerações acerca do arquétipo da criança em Jung (2014) e Hillman (1998) e do estado de erê conforme descrito pela literatura e vivenciado pelo segundo autor do texto, babalorixá no Recôncavo da Bahia, sugere que o erê tem o potencial de: 1) mobilizar poderosas metamorfoses no estado de ser de quem está de erê; 2) facilitar a comunicação ego-self. O “erê”, enquanto símbolo, tem valor transformacional e pode, por meio do lúdico que encarna no adulto, diminuir a tensão de opostos e produzir saúde psíquica.

  • estado de erê
  • arquétipo da criança
  • experiência lúdico-transformacional
  • saúde psíquica

Resumen

Este artículo pretende evocar desde el interior del universo simbólico de la arkhè negro-brasileña la figura del erê, para pensar en lo lúdico relacionado con la salud de las comunidades negras y en la clínica del adulto. Partiendo de la noción de “experiencia lúdica” en Cipriano Luckesi, propone pensar el “estado de erê” como una “experiencia lúdico-transformacional”. Comprendiendo el lugar que este ocupa en el campo religioso, lo analiza, sin embargo, desde un punto de vista psicológico. Así mismo, tras hacer algunas consideraciones acerca del arquetipo de niño en Jung y Hillman, y del estado de erê, conforme es descrito por la literatura y experimentado por el segundo autor del texto, Babalorixá, en Recôncavo de Bahia, sugiere que “el erê” tiene el potencial de 1) movilizar “poderosas metamorfosis” en el estado de ser de quien “está de erê”; 2) facilitar la comunicación ego-Self. El “erê”, como símbolo, posee un valor transformacional, y puede, por medio de lo lúdico que encarna en el adulto, disminuir la tensión entre opuestos y producir salud psíquica.

  • estado de erê
  • arquetipo del niño
  • experiencia lúdico-transformacional
  • salud psíquica

Abstract

Within the symbolic universe of the black Brazilian arkhé, this article aims to evoke the role of Erê to think about the ludic in the black communities health and in adult clinical practice. Departing from Cipriano Luckesi’s notion of “ludic experience”, the proposal is to think about the “erê State” as a “ludic-transformational experience”. It is analyzed through a psychological point of view by understanding the role it occupies in the religious field. Thus, after some considerations concerning the child archetype in Jung and Hillman and the erê state as described in the literature and experienced by the second author of the text, a Babalorixá in Bahia’s Recôncavo, it suggests that “erê” has the potential of 1) mobilize “powerful metamorphoses” in the state of being in whomever “is on erê”; 2) facilitate the communication of ego-self. As a symbol, erê has a transformational value and, by means of the ludic that embodies the adult, is able to reduce the tension between opposites and produce psychic health.

  • erê state
  • child archetype
  • ludic-transformational experience
  • psychic health

Data de recebimento: 29/09/2021

Data de aprovação: 01/03/2022

Baixar PDF
do artigo completo
  • Ana Maria de O. Urpia

    Professora Adjunta da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas, Bahia, Brasil. Mestre e Doutora em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Analista em formação no Instituto de Psicologia Analítica da Bahia (IPABAHIA).

  • Leandro dos Santos Conceição

    Pai Léo de Xangô, Babálòrixá do Ilê axé okân Aganjú e filho do terreiro Ilê Axé yá Omin. Estudante do Curso de Licenciatura Interdisciplinar em Artes do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Brasil.