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Intergeracionalidades em análise: (re)composições ético-estético-políticas em pesquisas-inter(in)venções com crianças e adultos

Infâncias em invenção

Como parte de pesquisa em curso sobre modos de participação das crianças em contextos periféricos de uma cidade no Nordeste brasileiro e pela análise dos dispositivos agenciados por projeto de extensão a ela relacionado, destacam-se algumas problematizações. A cartografia que vem sendo realizada em contexto periférico volta-se a acompanhar movimentos de um grupo com crianças de idades diferentes (entre 5 e 13 anos), meninas e meninos, pobres, em sua maioria negros e negras, articuladores e pesquisadoras e bolsistas que, em um primeiro ano, concentraram encontros presenciais quinzenais com as crianças em uma associação comunitária.

Tem prevalecido o recurso à não diretividade dos encontros pelos adultos e jovens bolsistas e articuladores, o que tem se aproximado das sociabilidades periféricas presentes nos modos de participação das crianças, desde a organização do lanche e local às marcas que imprimem nos fluxos dos encontros, a exemplo do convite para brincadeiras. Os papeis ficam tensionados na sua segmentaridade habitual, mas voltam a ser recodificados na interlocução com outros grupos que utilizam o mesmo espaço comunitário, como as mulheres da igreja.

A abertura para os encontros com predominância para as brincadeiras e atividades artísticas (desenhos, argila, teatro) imprime uma diferença quanto às ações realizadas anteriormente na associação, destinadas às crianças, e que precisam ser mais bem pesquisadas. As crianças se referem aos encontros como “curso”, mobilizando essa memória de articulações anteriores com outras universidades e/ou outras instituições.
Põe em análise a aparente falta de signo para definir as características dos encontros, assim como a relação universidade/periferia em suas relações históricas de aplicação (saberes experts) que marcam a ida dos centros legitimados de conhecimento às regiões periféricas, tidas como faltosas e carentes.

Adultos e idosos (avós e moradores da comunidade) aproximam-se do grupo, trazendo os diferentes arranjos familiares das crianças, muitas delas primas, irmãs, vizinhas, em que podemos perceber as relações de cuidado e intimidade. São diferentes planos agenciados pelo grupo-dispositivo (Barros, 2007): entre adultas, adultos e crianças; entre os idosos e as crianças e pesquisadores; entre jovens articuladores e alunos e as crianças, trazendo as marcas de como se compõem essas trocas intergeracionais sob os efeitos de marcadores de raça, classe, gênero e não apenas geracionais.

A cartografia como acompanhamento de processos subjetivos (Barros; Kastrup, 2009; Fonseca; Nascimento; Maraschin, 2015) assume-se como movimento, em que se exercita habitar o plano das intensidades e não apenas das formas. Infâncias em invenção como signo não binarizante das relações e partilhas entre crianças e adultos.

“É nois que inventa”6 reverbera nesta cartografia como ritornelo que impregna mutualidades. Devir-criança que desterritorializa para abrir as pesquisas e trocas às virtualidades que o campo pré-figurado da intergeracionalidade pode fazer emergir (Kastrup, 2000). Virtual como o que resiste como possível e como força instituinte não previsível. Atua-se com as intergeracionalidades entendidas como um dos planos comuns da experiência cartográfica, as virtualidades dos laços entre gerações por vir e que podem se colocar em cena para que possam se atualizar.

As cenas (brincadeiras, conversas cotidianas, passeios) são vistas pela ótica do plano inventivo do encontro. Isso exige lidar com as contribuições de diferentes campos de conhecimento numa transdisciplinaridade convidativa e desafiadora, em que os “objetos” de pesquisa não são absolutamente os mesmos. As análises cartográficas do grupo-dispositivo e de seus traçados tentam se ocupar dos efeitos das marcas, diferenciando-se dos planos de análise em que as vozes são ouvidas no plano do visível:

Ora, o que estou chamando de marca são exatamente estes estados inéditos que se produzem em nosso corpo, a partir das composições que vamos vivendo. Cada um destes estados constitui uma diferença que instaura uma abertura para a criação de um novo corpo, o que significa que as marcas são sempre gênese de um devir (Rolnik, 1993, p. 242).

Quem inventa? Sujeito da invenção como coletivo, sujeito descentrado e não subsumido ao modo-indivíduo, engendrados pelas marcas, “daquilo em nós que se produz nas incessantes conexões” (Rolnik, 1993, p. 242). Grupo-dispositivo para coletivizar a infância e para tal torcer o olhar, no sentido das marcas feitas pelos fragmentos discursivos e não-discursivos como fonte de reescrita do mundo.

6 – Fala de uma das meninas parceiras nas atividades do projeto de extensão e que se compõe como uma das linhas deste território de pesquisa passado em revista.

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Resumo

Neste artigo, pretende-se analisar movimentos de produção de um território de pesquisa e exercícios de políticas cognitivas inventivas na transversalização da Psicologia social e política e do campo dos estudos das infâncias. Transposição de limites geográficos da zona urbana de uma cidade nordestina pela criação correlata de territórios existenciais no encontro com crianças. Põe-se em análise o plano de composição de pesquisas, projetos de extensão, propostas para editais com ONGS, nos últimos 5 anos, visualizando deslocamentos ético estéticos e políticos. A questão da intergeracionalidade vai se diferenciando em meio a cenas e problemas já constituídos, inspirando planos de análise e preservando sua condição como problema (faz pensar). As recomposições vão delineando modos de operar na pesquisa sob inspiração da cartografia, pelas pistas do plano comum, do território existencial e dos processos, abrindo a intergeracionalidade às forças do virtual a ser atualizado nas cenas partilhadas por crianças e seus outros.

Palavras-chave: intergeracionalidade, infância, cartografia, invenção

Data de recebimento: 13/05/2020
Data de aprovação: 08/09/2020

Intergeneracionalidades en el análisis: (re) composiciones ético-estéticas-políticas en investigaciones-intervenciones con niños y adultos

Resumen

En este artículo pretendemos analizar movimientos en la producción de un territorio de investigación y ejercicios de política cognitiva inventiva en la transversalidad de la psicología social y política y el campo de los estudios de la infancia. Transposición de límites geográficos del área urbana de una ciudad del noreste por la creación correlativa de territorios existenciales em el encuentro con los niños. Se analiza el plan de composición de la investigación, los proyectos de extensión, las propuestas escritas de convocatorias públicas con ONG, em los últimos 5 años, visualizando los desplazamientos estéticos y éticos políticos. El tema de la intergeneracionalidad se está diferenciando en medio de escenarios y problemas ya constituidos, inspirando planes de análisis y conservando su condición de problema (hace pensar). Las recomposiciones perfilan formas de operar la investigación bajo la inspiración del análisis cartográfico, a través de las claves del plan común, el territorio existencial y los procesos, abriendo la intergeneracionalidad a las fuerzas de lo virtual para actualizarse en los escenarios compartidos con los niños y sus relaciones con los demás.

Palabras clave: intergeneracionalidad, infancia, cartografía, invención.

Intergenerationalities under analysis: ethical-aesthetic-political (re)compositions in intervention-research with children and adults

Abstract

In this paper, we intend to analyze the production movements of a research territory and also the inventive cognitive policy exercises in the cross-cutting of social and political psychology, as well as in the field of childhood studies. Transposition of geographical boundaries of a northeastern city urban area through the correlated creation of existential territories at the encounter with children. It is put under analyzes the research composition plan, extensions projects, written proposals for public notices in partnership with NGOs, over the last five years, visualizing ethical aesthetic and political displacements. The matter of intergenerationality goes differentiating itself in the midst of scenes and problems already constituted, inspiring other plans in analysis and preserving its condition as a problem (thinking). The recompositions outline ways of operating under the inspiration of cartographic through the tracks of the common plan, processes and existential territory, opening intergenerational to the forces of the virtual to be updated in the scenes shared by children and their others.

Keywords: intergenerationality, childhood, cartography, invention

Érica Atem G. de A. Costa ericaatem@ufc.br

Doutora em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará/UFC, Brasil. Docente do Mestrado Profissional em Psicologia e Políticas públicas na UFC/Sobral, docente do Depto. de Psicologia/UFC. Coordena o Maquinarias: infâncias em invenção – VIESES/UFC.

João Paulo Pereira Barros joaopaulobarros@ufc.br

Doutor em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará/UFC, Brasil. Docente do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFC. Coordena o VIESES: Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação.