“Como é bom brincar, cafuringar”: transmissão intergeracional e apropriação do território pelas crianças quilombolas

DOI® https://doi.org/10.54948/desidades.v0i32.46737
  • Beatriz Corsino Pérez
    Universidade Federal Fluminense, Departamento de Psicologia de Campos, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil
  • Estefani Peixinho de Souza
    Universidade Federal Fluminense, Departamento de Psicologia de Campos, Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil

Resumo

Os quilombos são territórios étnico-raciais marcados pelas histórias de luta contra as opressões e de resistência da população negra. No artigo, discutimos como a brincadeira compõe parte do que é ser quilombola, os processos de apropriação do território e das desigualdades sociais e raciais as quais crianças e jovens estão submetidos. Realizamos uma pesquisa-intervenção, entre 2017 e 2020, na comunidade de Cafuringa, em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, Brasil. Fizemos oficinas com 30 crianças e jovens e 8 entrevistas semiestruturadas com adultos, além da observação do brincar livre. Entendemos a brincadeira como uma forma de produção de cultura e de criação de uma solidariedade entre pares. Observamos que as crianças aprendem entre si e com os adultos a produzir brinquedos artesanais e significam a sua realidade social pelas brincadeiras. Sendo assim, o brincar faz parte do processo de apropriação do território e de construção de suas identidades negra e quilombola.

  • infância
  • quilombo
  • brincadeira
  • território

Resumen

Los quilombos son territorios étnico-raciales marcados por historias de lucha contra las opresiones y de resistencia de la población negra. En el artículo, discutimos cómo el juego compone parte de lo que es ser un quilombola, los procesos de apropiación del territorio y de las desigualdades sociales y raciales, las cuales niños y jóvenes están sometidos. Realizamos una investigación-intervención, entre 2017 y 2020, en la comunidad de Cafuringa, en Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brasil. Utilizamos talleres con 30 niños y jóvenes y 8 entrevistas semiestructuradas con adultos, además de la observación del juego libre. Entendemos el juego como una forma de producción de cultura y creación de una solidaridad entre pares. Observamos que los niños aprenden entre sí y con los adultos a producir juguetes artesanales y significan su realidad social a través del juego. Siendo así, el juego es parte del proceso de apropiación del territorio y de construcción de sus identidades negras y quilombolas.

  • infancia
  • quilombo
  • juego
  • territorio

Abstract

The quilombos are ethnic-racial territories defined by their history of struggle against oppression and the resistance of black population. In this paper, we discuss how children’s games constitute part of what it means to be a quilombola, the processes of appropriation of the territory and the social and racial inequalities to which children and young people are subjected. We carried out an intervention-research between 2017 and 2020 in the Cafuringa community, in Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, Brazil. Workshops happened with 30 children and youths and 8 interviews with adults, besides the observation of free play. We understand that the children’s games are one of the ways for children to produce culture and creating solidarity between peers. We observed that children learn from each other and with adults to produce handmade toys and signify their social reality through play. Thus, playing is part in the process of appropriation of the territory and constructing their black and quilombola identities.

  • childhood
  • quilombo
  • play
  • territory

Fecha de recepción: 30/09/2021

Fecha de aprobación: 02/02/2022

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del artículo completo
  • Beatriz Corsino Pérez

    Psicóloga e Doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil. Professora do Departamento de Psicologia de Campos da Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa sobre Infâncias, Juventudes e Políticas Públicas (NIJUP).

  • Estefani Peixinho de Souza

    Psicóloga formada pelo curso de Psicologia de Campos da Universidade Federal Fluminense (UFF), Brasil. Foi bolsista de Iniciação Científica Faperj e CNPq. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisa sobre Infâncias, Juventudes e Políticas Públicas (NIJUP).