Foto: Pxhere

Os “nós” da rede: a construção de ações intersetoriais na prevenção ao uso de drogas com jovens escolares

Conclusão

O fenômeno da drogadição representa hoje uma das problemáticas mais complexas para a área da saúde. Em decorrência dessa complexidade, emerge a necessidade de ampliação da discussão em torno da temática, extrapolando as fronteiras da expertise e das instituições atuantes com a população jovem adolescente. Nesse escrito, buscou-se analisar e problematizar a relação intersetorial entre as instituições saúde e educação do município de Santa Cruz do Sul – RS, a fim de tratar sobre a prevenção ao uso e abuso de drogas e a promoção em saúde para com o público adolescente escolar, através do relato de profissionais da Atenção Básica de Saúde.

As narrativas dos profissionais escutados evidenciam um distanciamento institucional, caracterizando uma fragmentação do cuidado entre as redes saúde e educação. Considerando que os princípios que amparam o SUS se ancoram na descentralização e horizontalidade do cuidado, faz-se urgente a formulação de estratégias que atuem de forma a viabilizar a aproximação interdisciplinar e intersetorial dos setores sanitários e de educação, uma vez que o distanciamento entre essas instâncias impacta diretamente na atenção ao adolescente e nas ações de promoção de saúde no âmbito escolar. Além disso, diante da insegurança dos profissionais para abordarem a temática da droga, ressalta-se a necessidade de serem ofertados momentos de escuta e de capacitações com as equipes da Atenção Básica, objetivando fundamentalmente a prestação de uma assistência mais integral e atenta à complexidade e pluralidade da drogadição e da adolescência.

Ademais, a experiência vivencial singular decorrente da pandemia da Covid-19 evidenciou tensores cotidianos significativos atuantes na produção de ansiedade. Os estudos recentes vêm denunciando um aumento no uso de substâncias psicoativas em decorrência desse período estressor que requer como medida de cuidado o isolamento social. Para tanto, o enfoque nas políticas de promoção de saúde e de prevenção aos agravos desta faz-se imprescindível para a saúde do jovem escolar, como também no enfrentamento de situações pontuais que requerem um cuidado especializado e atento às modificações do meio.

O Programa de Saúde na Escola (PSE), ao propor ações em saúde voltadas aos jovens dentro das escolas, amplia noções de cuidado, descentralizando-o do seu contexto clínico, corresponsabilizando os demais atores presentes no cotidiano escolar. Desta forma, o investimento em Educação Permanente em Saúde torna-se uma ferramenta potente para o desenvolvimento de ações intersetoriais em saúde, bem como na capacitação profissional, buscando construir novas estratégias de cuidado com profissionais capacitados, fortalecendo as redes e desatando os “nós” do trabalho interdisciplinar.

Diante do exposto, torna-se pertinente os desdobramentos futuros em pesquisas-intervenção que ultrapassem os muros da esfera acadêmica, ampliando as perspectivas e saberes, uma vez que estes serão construídos no intermédio da relação entre teoria e prática. Ademais, a instrumentalização dos profissionais faz-se tão necessária quanto as ações de prevenção ao uso de drogas voltadas aos adolescentes, a fim de romper a concepção estigmatizante e proibicionista acerca da drogadição.

Referências Bibliográficas

 

AMADOR, F. S.; LAZZAROTTO, G. D. R.; SANTOS, N. I. S. dos. Pesquisar-Agir, Pesquisar-Intervir, Pesquisar-Interferir. Revista Polis e Psique, Porto Alegre, v. 5, n. 2, p. 228-248, ago. 2015. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/PolisePsique/article/view/58180>. Acesso em: 20 ago. 2020.

BASTOS, F. I. P. M. et al. III Levantamento Nacional Sobre O Uso De Drogas Pela População Brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)/Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), 2017.

BISPO, E. P. de F.; TAVARES, C. H. F.; TOMAZ, J. M. T. Interdisciplinaridade no ensino em saúde: o olhar do preceptor na Saúde da Família. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 18, n. 49, p. 337-350, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1807-57622013.0158>. Acesso em: 20 ago. 2020.

BOCK, A. M. B. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 15 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.

BRAATZ, M. B. et al. Narrativas de adolescentes sobre drogas: família, escola e o paradigma da abstinência. In: JORNADA DE PESQUISA EM PSICOLOGIA, 6., 2017, Santa Cruz do Sul. Anais […]. Santa Cruz do Sul: UNISC, 2017. p. 1-13. Disponível em: <https://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/jornada_psicologia/article/view/17635/4513>. Acesso em: 21 jul. 2020.

BRASIL. Decreto n° 6.286, de 5 de dezembro de 2007. Institui o Programa de Saúde na Escola – PSE, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 6 dez. 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização da Saúde. Gestão participativa e cogestão. Brasília: MS, 2009.

BRASIL. Portaria nº 687, de 30 de março de 2006. Aprova a Política de Promoção da Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 30 mar. 2006.

BRASIL. Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 set. 1990.

CORSO, D. L.; CORSO, M. Adolescência em cartaz: filmes e psicanálise para entendê-la. Porto Alegre: Artmed, 2018.

GABE, K. M. et al. O fenômeno da droga e os dispositivos de cuidado em saúde: percepções de adolescentes escolares. Revista Jovens Pesquisadores, Santa Cruz do Sul, v. 10, n. 1, p. 1-12, fev. 2021. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/jovenspesquisadores/article/view/14898>. Acesso em: 10 mar. 2021.

GARCIA, E. L. et al. Conhecendo o perfil do usuário de crack de Santa Cruz do Sul. Barbarói, Santa Cruz do Sul, v. 36, ed. esp., p. 83-95, 2012. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/barbaroi/article/viewFile/2922/2106>. Acesso em: 02 jul. 2020.

GARCIA, E. L. et al. VI Fórum de discussão sobre drogas na contemporaneidade: encontros transformadores de sentidos a partir da extensão universitária. In: GONÇALVES, B. D.; FIOR, C. A.; OLIVEIRA, V. P. de. (Orgs.). A pergunta e os métodos: percursos metodológicos em Psicologia. 1ed. Curitiba: Editora CRV, 2019a. p. 347-362.

GARCIA, E. L. et al. Redução de danos: a construção do ato nômade e do cuidado compartilhado. Revista Cesumar, v. 24, n. 1, p. 9-27, 2019b. Disponível em: <https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/revcesumar/article/view/7165/3497>. Acesso em: 10 de mar. 2021.

GARCIA, E. L.; MACHADO, L. S.; FELDMANN, R. M. Narrativas de adolescentes sobre drogas e os Serviços de Saúde Mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul: Histórico, percursos e perspectivas. In: GARCIA, E. L.; MACHADO, L. S.; FELDMANN, R. M. (Orgs.). Prevenção ao uso de drogas na adolescência: um caminho que inicia pela escuta. 1 ed. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2020. p. 21-32. Disponível em: <https://editora.pucrs.br/download/livros/1438.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2021.

FELDMANN, R. M. et al. Adolescência e os sentidos produzidos acerca da drogadição. Revista Jovens Pesquisadores, Santa Cruz do Sul, v. 9, n. 2, p. 37-47, 2019. Disponível em: <https://online.unisc.br/seer/index.php/jovenspesquisadores/article/view/13337>. Acesso em: 20 set. 2020.

FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. 1 ed. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1977.

MEDEIROS, C. R. G. et al. A rotatividade de enfermeiros e médicos: um impasse na implementação da Estratégia de Saúde da Família. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, supl. 1, p. 1521-1531, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232010000700064&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 12 jul. 2020.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Documentos básicos. 45 ed. Genebra: OMS, 2006. Disponível em: <https://www.who.int/governance/eb/who_constitution_sp.pdf>. Acesso em: 21 set. 2020.

PAULON, S. M.; ROMAGNOLI, R. C. Pesquisa-intervenção e cartografia: melindres e meandros metodológicos. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 85-102, jan. 2010. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/9019/7455>. Acesso em: 20 ago. 2020.

SANTOS, T. M. et al. Fórum sobre Drogas: articulando ensino, pesquisa e extensão. In: ALMEIDA, P. C.; KLAFKE, T. E. (Orgs.). Ensino e extensão na Unisc: Prêmio Honra ao Mérito 2017. 1ed. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2018. p. 73-83. Disponível em: <https://repositorio.unisc.br/jspui/bitstream/11624/2730/1/Ensino%20e%20extens%c3%a3o%20na%20Unisc%20%20Pr%c3%aamio%20Honra%20ao%20M%c3%a9rito%202017.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2021.

SCHERER, M. D. dos A.; PIRES, D. E. P. de; JEAN, R. A construção da interdisciplinaridade no trabalho da Equipe de Saúde da Família. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 11, p. 3203-3212, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141381232013001100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 ago. 2020.

SPINK, M. J. Linguagem e produção de sentidos no cotidiano. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010. Disponível em: <https://static.scielo.org/scielobooks/w9q43/pdf/spink-9788579820465.pdf>. Acesso em: 12 jul. 2020.

TONELLI, B. et al. Rotatividade de profissionais da Estratégia Saúde da Família no município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Revista da Faculdade de Odontologia – UPF, Passo Fundo, v. 23, n. 2, p. 180-185, out. 2018. Disponível em: <http://seer.upf.br/index.php/rfo/article/view/8314>. Acesso em: 20 set. 2020.

TOROSSIAN, S. D.; CANNAS, C. L. R.; AMARAL, B. P. Adolescência e prevenção ao uso de drogas: garimpando outras palavras. In: GARCIA, E. L.; MACHADO, L. S.; FELDMANN, R. M. Prevenção ao uso de drogas na adolescência: um caminho que inicia pela escuta. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2020. Disponível em: <https://editora.pucrs.br/download/livros/1438.pdf>. Acesso em: 20 set. 2020.

UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIMES. World drug report. Viena: United Nations, 2020. Disponível em: <https://wdr.unodc.org/wdr2020/>. Acesso em: 20 jul. 2020.

VIDAL, D. et al. Narrativas de adolescentes sobre drogas e os serviços de saúde mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul. In: GARCIA, E. L.; MACHADO, L. S.; FELDMANN, R. M. (Orgs.). Prevenção ao uso de drogas na adolescência: um caminho que inicia pela escuta. 1 ed. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2020. p. 113-149. Disponível em: <https://editora.pucrs.br/download/livros/1438.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2021.

VIEIRA, R. P. et al. Participação de adolescentes na Estratégia Saúde da Família a partir da Estrutura Teórico-Metodológica de uma Participação Habilitadora. Rev. Latino-AmEnfermagem, vol. 22, n. 2, p. 309-316, mar. 2014. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010411692014000200309&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 12 jul. 2020.

Resumo

A adolescência é definida como um momento de procura por aceitação que faz o jovem suscetível ao uso de substâncias psicoativas. Nesse sentido, o presente artigo constitui um recorte da pesquisa Narrativas de adolescentes sobre drogas e os Serviços de Saúde Mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul cujo objetivo é analisar o lugar da droga na constituição do sujeito e seus efeitos, bem como as questões da intersetorialidade na rede básica do município quanto à promoção de saúde e à prevenção do uso e abuso de droga por escolares. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais de saúde responsáveis pelo Programa Saúde na Escola (PSE). Os resultados apontaram distanciamento entre as instituições saúde e educação, demonstrando escassez de estratégias para uma intervenção para com os adolescentes. Diante isso, faz-se urgente o desenvolvimento de ações que busquem dar conta da articulação entre as instituições saúde e educação.

Palavras-chave: saúde do adolescente, saúde pública, Programa Saúde na Escola, intersetorialidade.

Nodos de la red: la construcción de acciones intersectoriales en la prevención del consumo de drogas con estudiantes adolescentes

Resumen

La adolescencia se define como un tiempo para buscar la aceptación, que hace al joven susceptible al abuso de sustancias psicoactivas. En este sentido, este artículo es un extracto del estudio Narrativas de los adolescentes sobre las drogas y Servicios de Salud Mental CAPSIA y CAPSad: intersecciones posibles en el contexto de Santa Cruz do Sul cuyo objetivo es analizar el lugar de la droga en la constitución del sujeto y sus efectos, así como las cuestiones intersectoriales en la red central del municipio, como la promoción de la salud y la prevención del uso y abuso de drogas por parte de la escuela. Se llevaron a cabo entrevistas semi estructuradas con profesionales de la salud, responsables por el Programa de Salud Escolar (PSE). Los resultados mostraron la brecha que hay entre las instituciones de salud y educación, lo que demuestra la falta de estrategias de intervención a los adolescentes. Antes de eso, se hace urgente el desarrollo de acciones que buscan dar cuenta de la relación entre las instituciones de salud y educación.

Palabras clave: salud del adolescente, salud pública, Programa de Salud Escolar, colaboración intersectorial.

The nodes of the network: the construction of intersectoral actions in the prevention of drug use with young students

Abstract

Adolescence is defined as a moment of seeking acceptance, which makes young people susceptible to the use of psychoactive substances. In this sense, this article is an excerpt from the research Narratives of adolescents about drugs and the Mental Health Services CAPSia and CAPSad: possible intersections in the context of Santa Cruz do Sul, whose objective is to analyse the place of drugs in the constitution of the subject and its effects, as well as the issues of intersectoriality in the basic network of the municipality, regarding health promotion and prevention of drug use and abuse by school students. Semi-structured interviews were conducted with health professionals, responsible for the Health at School Program (PSE). The results showed a distance between health and educational institutions, showing a lack of strategies for an intervention with adolescents. Given this, there is an urgent need to develop actions that aim to give support in the articulation between health and educational institutions.

Keywords: adolescent health, public health, Health at School Program, intersectoriality.

Data de recepção/Fecha de recepción: 30/09/2020
Data de aprovação/Fecha de aprobación: 21/12/2020

Edna Linhares Garcia edna@unisc.br

Psicóloga Doutora em Psicologia Clínica. Docente do Curso de Psicologia do Programa de Pós-Graduação/Mestrado e Doutorado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Brasil e do Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Psicologia na mesma instituição.

Mariana Soares Teixeira marianasteix@gmail.com

Graduação em Psicologia pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Brasil. Atuou como Bolsista de Iniciação Científica PROBIC/FAPERGS no projeto Narrativas de adolescentes sobre drogas e os Serviços de Saúde Mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul.

Kamilla Mueller Gabe k.mueller.gabe@gmail.com

Acadêmica de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Brasil. Bolsista PUIC/UNISC vinculada ao projeto de pesquisa Narrativas de adolescentes sobre drogas e os Serviços de Saúde Mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul.

Gabriela da Silva Oliveira gabi2010.gs@gmail.com

Acadêmica de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Brasil. Bolsista PUIC/UNISC vinculada ao projeto de pesquisa Narrativas de adolescentes sobre drogas e os Serviços de Saúde Mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul.

Denise Vidal dvidal@mx2.unisc.br

Acadêmica de Psicologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Brasil. Bolsista PROBIC/CNPq vinculada ao projeto de pesquisa Narrativas de adolescentes sobre drogas e os Serviços de Saúde Mental CAPSia e CAPSad: intersecções possíveis no contexto de Santa Cruz do Sul.

Rayssa Madalena Feldmann rayssafeldmann@gmail.com

Psicóloga. Mestranda no Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Promoção da Saúde pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Brasil.

Letiane de Souza Machado letianemach@gmail.com

Nutricionista. Mestranda no Programa de Pós-Graduação Mestrado e Doutorado em Promoção da Saúde pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), Brasil.