Quando uma ideia nos toma o mundo: reflexões sobre juventude, raça e trabalho no Brasil pandêmico

DOI® https://doi.org/10.54948/desidades.v0i34.53524
  • Miguel de Sousa Lacerda Neto
    Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia, Rio de Janeiro, Brasil.
  • Sergio Dias Guimarães Junior
    Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia, Rio de Janeiro, Brasil.
  • Bruno Alves de França
    Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Rio de Janeiro, Brasil.

Resumo

Neste artigo, busca-se refletir acerca do entrelaçamento entre juventudes negras e o campo do trabalho, tendo por base perspectivas críticas que interrogam os efeitos da colonialidade e a conjuntura neoliberal e, a partir das experiências de atuação protagonizadas por jovens negras e negros, moradores de favelas e periferias do Rio de Janeiro, Brasil. Serão utilizados como ilustração os projetos Juventudes nas Cidades e Se Liga no Território! executados pela Organização Não Governamental (ONG) Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) nos anos de 2020 e 2021. Toma-se os efeitos da crise pandêmica como pano de fundo para se pensar, à luz da literatura, as expectativas e perspectivas das juventudes negras sobre o trabalho na atualidade. De tal modo, propõe-se o fomento de debates e políticas públicas que articulem os mundos do trabalho, as juventudes negras brasileiras e a luta antirracista. Palavras-chave: juventudes, trabalho, racismo, neoliberalismo.

  • juventudes
  • trabalho
  • racismo
  • neoliberalismo

Resumen

Buscamos reflexionar sobre el entrelazamiento entre la juventud negra y el campo del trabajo desde perspectivas críticas que cuestionan los efectos de la colonialidad y la coyuntura neoliberal, a partir de las experiencias de acción protagonizadas por jóvenes negros y negras que viven en las favelas y periferias de Rio de Janeiro, Brasil. Los proyectos Juventudes nas Cidades y Se Liga no Território! ejecutados por la organización no gubernamental Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) en los años 2020 y 2021 servirán de ilustración. Tomamos como telón de fondo los efectos de la crisis pandémica para pensar, a la luz de la literatura, las expectativas y perspectivas de los jóvenes negros sobre el trabajo en la actualidad. Así, se propone la promoción de debates y políticas públicas que vinculen los mundos del trabajo, la juventud negra brasileña y la lucha antirracista.

  • juventude
  • trabajo
  • racismo
  • neoliberalismo

Abstract

We seek to reflect on the intertwining between black youth and the field of labor from critical perspectives that question the effects of coloniality and the neoliberal conjuncture, based on the experiences and actions led by young black men and women who live in the slums and outskirts of Rio de Janeiro, Brazil. The projects Juventudes nas Cidades and Se Liga no Território!, executed by the non-governmental organization Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) in the years 2020 and 2021, will be used as illustration. We take the effects of the pandemic crisis as a backdrop for thinking, in light of the literature, about the expectations and perspectives of black youth on work today. Thus, we propose the promotion of debates and public policies that link the worlds of work, Brazilian black youth and the antiracist struggle.

  • youth
  • work
  • racism
  • neoliberalism

Data de recebimento: 17/07/2022

Data de aprovação: 20/12/2022

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do artigo completo
  • Miguel de Sousa Lacerda Neto

    Psicólogo e Psicanalista. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil. Doutorando pela mesma instituição com experiência nas áreas da psicanálise e da psicologia social com ênfase nas relações entre racismo, afirmação e garantias de direitos, clínica e processos de subjetivação.

  • Sergio Dias Guimarães Junior

    Psicólogo, Especialista em Saúde do/a Trabalhador/a pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP)/Fiocruz, Brasil. Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil, e em Recursos Humanos pela Sorbonne Université, Paris 2. Doutorando em Psicologia Social pela UFRJ em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), Brasil. Professor do Curso de Graduação em Psicologia da Universidade Estácio de Sá (UNESA), Brasil.

  • Bruno Alves de França

    Assistente Social, Educador Popular da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), Brasil. Doutorando em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasil e Mestre em Planejamento Urbano e Regional pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (IPPUR) da UFRJ.