Colocando em crise o atendimento na medida socioeducativa: pela participação reflexiva do adolescente

DOI® https://doi.org/10.54948/desidades.v1i39.61641
  • Beatriz Saks Hahne
    Universidade Paulista, São Paulo, Brasil

Resumo

Neste artigo, foi abordada a participação do adolescente autor de ato infracional ao longo do cumprimento da medida socioeducativa, partindo de tese recentemente defendida, na qual foram elaborados com cinco adolescentes textos inspirados em suas experiências com o socioeducativo perspectivando criar derivações aos sentidos dados a elas por eles. Para discorrer sobre a questão da participação, emprestamos memórias de três deles, com quem falamos sobre temas que se desdobraram na pesquisa a partir do encontro. Delas derivamos discussão acerca de prática recorrente no socioeducativo que furta aos adolescentes a possibilidade de falar e refletir sobre o que vivem: o encaminhamento. Fazendo a crítica de certa concepção sobre direitos que produz um direito-sem-sujeito, colocamos em crise a ideia de participação que, por vezes, pode promover exatamente o seu oposto em um fazer irrefletido e restringido às palavras de ordem. Perspectivamos horizontes nos quais o adolescente, em sua trajetória, comparece como elemento constituinte do trabalho socioeducativo.

  • ECA
  • medidas socioeducativas
  • participação
  • direitos humanos

Resumen

En este artículo, fue abordada la participación del adolescente autor de una infracción en la medida socioeducativa, a partir de la tesis defendida recientemente en la que elaboramos con cinco adolescentes textos inspirados en sus experiencias con lo socioeducativo, con el objetivo de crear derivaciones a los significados que ellos les otorgan. Para discutir el tema de la participación, tomamos prestados los recuerdos de dos de los adolescentes, con quienes conversamos sobre la inserción en el mundo del trabajo. De ellos derivamos una discusión sobre una práctica recurrente en lo socioeducativo que sustrae a los adolescentes la posibilidad de hablar y reflexionar sobre lo que viven. Al criticar cierta concepción de los derechos que produce un derecho-sin-sujeto, ponemos en crisis la idea de participación que, en ocasiones, puede promover exactamente lo contrario en una acción irreflexiva restringida a consignas. A partir de la discusión, ponemos en perspectiva horizontes en los que el adolescente, en su trayectoria, aparece como elemento constitutivo del trabajo socioeducativo.

  • ECA
  • medidas socioeducativas
  • adolescencia
  • participación
  • derechos humanos

Abstract

This article approached the participation of the adolescent author of an infraction in the socio-educational measure, starting from a recently defended thesis in which we elaborated with five teenagers texts inspired by their experiences with the socio-educational, aiming to create derivations to the meanings given to them by them. To discuss the issue of participation, we borrowed memories of two of the teenagers, with whom we talked about insertion in the work field. From them, we derived a discussion about a recurrent practice in socio-educational that robs adolescents of the possibility of talking and reflecting on what they live. By criticizing a certain conception of rights that produces a right-without-subject, we put into crisis the idea of participation that, sometimes, can promote exactly its opposite in an unreflected action restricted to watchwords. From the discussion, we put into perspective horizons in which the adolescent, in his trajectory, appears as a constituent element of the socio-educational work.

  • ECA
  • educational measures
  • adolescence
  • participation
  • human rights

Data de recebimento: 23/10/2023

Data de aprovação: 25/02/2024

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  • Beatriz Saks Hahne

    Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Brasil. Mestre e Doutora pelo Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano da Universidade de São Paulo (USP), Brasil. Atualmente, é professora no curso de graduação em Psicologia da Universidade Paulista (UNIP), Brasil. Coordenou projetos sociais junto à educação pública e às medidas socioeducativas.