Temas em Destaque
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Menina ou moça? Menoridade e consentimento sexual
A interrogação no título acima traz em seu bojo uma discussão complexa sobre o principal modo jurídico de regulação da conduta sexual de acordo com a idade. Para tanto, Laura Lowenkron, Doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ, Brasil, e pós-doutorado pelo Núcleo de Estudos de Gênero PAGU/UNICAMP, Brasil, analisa a manipulação de dispositivos legais que definem a noção de ‘menoridade sexual’ e sua vinculação com o estabelecimento de uma suposta ‘idade do consentimento’. A ‘menoridade sexual’, considerada como uma forma de vulnerabilidade, é problematizada tendo em vista a questão da autonomia da vontade. O debate é sustentado pela autora com o objetivo de desnaturalizar as premissas que servem de base para essa regulação, dando ênfase à dimensão social e performativa das categorias etárias e ao seu entrecruzamento diferenciado de acordo com gênero, classe ou status social. Leia mais.
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A proibição legal de castigos físicos na infância: alguns contrastes entre Brasil, Uruguai e França
As relações intergeracionais e suas expressões de autoridade entre adultos e crianças são postas em destaque no artigo de Fernanda Bittencourt Ribeiro, professora da Faculdade e do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da PUC/RS, Brasil. Destacando a lei que trata sobre a proibição legal de castigos físicos e tratamento cruel, que no Brasil se vulgarizou como ‘a lei da palmada’, a autora instiga o leitor a pensar sobre a dimensão produtiva desta lei em sua capacidade de jogar luz sobre posições de poder e provocar uma crítica cultural. Apresenta os contrastes desta posição legal entre Brasil, Uruguai e França, países onde realizou pesquisas relacionadas ao sistema de proteção à infância. Ao analisar o alargamento do campo semântico do que considera ser a violência contra crianças e adolescentes, nos conduz à reflexão sobre os efeitos que isso tem provocado nas formas de pensar as relações humanas, a violência na família e a violência social associadas às questões de classe. Leia mais.
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Entre músicas e rimas: jovens pesquisando jovens
Neste artigo as psicólogas Ana Carolina Videira, Suanny Nogueira de Queiroz, Vanessa Monteiro Silva, graduadas em psicologia pela Universidade Federal Fluminense, e Silvana Mendes Lima, Doutora em Ciências da Saúde e Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense, Brasil, discorrem sobre a experiência de construção coletiva de um trabalho de pesquisa feito por jovens pesquisadores junto a jovens residentes de uma região periférica da cidade de Niterói-RJ, Brasil. A pesquisa foi realizada no Espaço Cultural da Grota, uma Organização Não-Governamental situada na comunidade da Grota do Surucucu, que tem como objetivo mobilizar talentos de crianças e jovens por meio da formação musical, especificamente, a música clássica. A partir do significado da palavra ‘rimar’, do que esta evoca e contrapõe, as autoras procuram dar sentido ao processo de como a pesquisa se deu no encontro entre os jovens aprendizes de música e os jovens aprendizes pesquisadores. Leia mais.
Informações bibliográficas
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‘Juventude e saúde mental: a especificidade da clínica com adolescentes’, de Edson Saggese e Fernanda Hamann de Oliveira (Org.).
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‘Hacerse un lugar: circuitos y trayectorias juveniles en ámbitos urbanos’, de Mariana Chaves e Ramiro Segura (Edits.).
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Levantamento Bibliográfico
Nesta seção, apresentamos o levantamento bibliográfico dos livros publicados na área das ciências humanas e sociais dos países da América Latina sobre infância e juventude. O levantamento contemplou obras publicadas no período de Novembro de 2015 à Março de 2016 cujas informações puderam ser obtidas nos sites de suas respectivas editoras.