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Infância, alteridade e cuidado. Reflexões para um campo em construção

Tramas institucionais do cuidado

Para entender melhor essa estrutura complexa, é essencial investigar as formas pelas quais o cuidado e a educação das crianças em várias instituições e políticas públicas são configurados. Para isso, realizamos as pesquisas no campo educacional, em geral, e na escola, em particular, sobre os processos de treinamento de crianças migrantes bolivianas nos espaços educacionais e comunitários da cidade de Buenos Aires (Varela, 2017), nas propostas formativas das próprias organizações mapuche em Neuquén (Szulc, 2015) e na educação intercultural bilíngue desenvolvida nas últimas décadas, especialmente para as populações indígenas das províncias de Neuquén (Szulc, 2009), Buenos Aires e Chaco (García Palacios; Hecht; Enriz, 2015). De maneira geral, observamos que as escolas – embora constituam praticamente a única possibilidade dessas populações afetadas pelo “cuidado não familiarizado” – frequentemente entram em tensão com os hábitos e formas de cuidar de tal setor, exibindo uma perspectiva de origem burguesa ainda hegemônica sobre o que é a infância e quais cuidados ela requer (Szulc, 2004). Nos quadros institucionais do cuidado infantil, o campo religioso também se torna relevante, em que várias igrejas e contextos sócio-religiosos (católicos, evangélicos e/ou indígenas) têm um lugar privilegiado (García Palacios, 2014; Szulc, 2015; Leavy, 2018), como organizações da sociedade civil, nas quais o estado “terceiriza” o cuidado infantil (Hernández, 2016); áreas em que outras relações de alteridade também surgem como relevantes.

Da mesma forma, nossa pesquisa mostra o papel preponderante do conhecimento médico na maneira como o cuidado à criança é definido a partir de políticas públicas. Nesse sentido, a pesquisa etnográfica com comunidades Ava-Guarani e crioula, na província de Salta (Argentina) (Leavy, 2015; 2018) e em áreas estaduais de assistência à saúde infantil na província de Buenos Aires (Colangelo, 2018), permitiu observar que as políticas de saúde geralmente colocam as mães como as únicas responsáveis pelo cuidado da criança, descontextualizando os processos sociais, econômicos e políticos que definem sua organização. O mesmo foi observado no processo de medicalização da parentalidade na Argentina no início do século XX (Colangelo, 2012) e as maneiras pelas quais os cuidados infantis são concebidos ao mesmo tempo por meio de políticas alimentares voltadas para crianças indígenas na Colômbia e Argentina (Leavy; Szulc; Anzelin, 2018; Leavy, 2015). Essa visão etnográfica das intervenções de saúde pública em relação às crianças nos permitiu conhecer um campo de disputas em que avaliações, classificações e ações estão ocorrendo constantemente – com fortes passagens morais – sobre a maneira como as crianças são cuidadas (Colangelo, 2018), especialmente se pertencerem a famílias indígenas (Leavy, 2018).

Em relação às políticas públicas e sua implementação, também nos focamos no estudo do campo do controle criminal, realizando um estudo de estratégias de controle social de tipo normalizador e moralizante na população de meninas, meninos, adolescentes e jovens em setores socialmente vulneráveis (Guemureman, 2011; 2015). Os efeitos perversos da “falta de proteção” e da falta de atendimento, estendendo essa ausência à deficiência no acesso e na implementação de políticas públicas, traduzem-se em uma população que, por ser violada e “em risco”, fica “em risco”, e, portanto, “de cuidado”, aumentando os componentes reativos do controle social à medida que crescem e se tornam adolescentes. Essas investigações permitem identificar a face do cuidado e a proteção, mostrando as múltiplas dimensões da falta de proteção e da ausência de cuidado, expressas na violação de direitos (Guemureman, 2014).

Finalmente, no marco institucional do cuidado infantil nos contextos em que trabalhamos, a ação de organizações internacionais, como o UNICEF, também pode ser alertada de que, por exemplo, em uma campanha sobre os direitos das crianças e adolescentes indígenas, se recriou a ideia de a “criança universal” como sujeito individual “vulnerável”, desvinculando seus cuidados da situação territorial conflitiva e não resolvida de suas comunidades, reificando essa “vulnerabilidade”, associando-a a problemas ambientais (Szulc et al., 2016).

O cuidado diante da participação de crianças em espaços políticos e produtivos

Um terceiro eixo analítico refere-se à problematização da noção de cuidado a partir do estudo da participação de crianças, principalmente de setores populares, em espaços políticos, produtivos e reprodutivos (Shabel, 2016; Morales; Retali, 2018; Szulc, 2018). Assim, o trabalho de campo realizado dentro das organizações sociais indígenas e não indígenas (Szulc, 2018; Shabel, 2016; Hernández, 2016) não só explica as diferentes maneiras de configurar esta fase da vida, mas também propõe questionar os vínculos estabelecidos pelo Estado em suas formas de intervenção com suas famílias.

Por outro lado, a pesquisa sobre trabalho infantil busca problematizar o vínculo entre infância e trabalho, tornando visíveis as várias formas de produção de valor fora das relações salariais, em um ambiente urbano – a cidade de La Plata (Buenos Aires) (Rausky, 2015) – e outro periurbano – Colonia Wanda (Misiones) – (Frasco Zuker, 2016; Frasco Zuker; Rausky, 2017). O eixo das investigações analisa as diferentes maneiras pelas quais o trabalho das crianças se enquadra em diferentes contextos familiares – explorando as formas pelas quais as transações econômicas se misturam às relações pessoais, afetivas e de cuidado – e os sentidos que tanto as crianças quanto os adultos designam para trabalhar, em contextos de pobreza.

Um aspecto a destacar nesses estudos é que as crianças não só participam de atividades produtivas, mas também realizam tarefas reprodutivas que permitem o desenvolvimento da vida familiar. Assim, tais pesquisas revelam que o cuidado é uma prática que envolve interdependência, reciprocidade e obrigações de todos os membros da família, embora com especificidades de gênero e idade, e que sua análise detalhada permite mostrar os alcances e as condições da agência infantil, evidenciando as maneiras pelas quais meninos e meninas colocam em jogo várias margens de ação e negociação.

Além dos cuidados

Como já citado, nos últimos anos, houve avanços consideráveis no campo dos estudos sobre cuidados infantis que contribuem para pensar sobre essa questão em termos de organização e além dos limites da esfera privada e/ou doméstica, incluindo em sua análise as estruturas regulatórias e os agentes privados e estatais que dela participam. No entanto, afirmamos que ainda há muito a ser feito, principalmente em duas direções.

Por um lado, consideramos enriquecer o diálogo entre esses antecedentes e os trabalhos mencionados que abordam as crianças a partir de uma aproximação etnográfica, uma vez que a problematização da infância e as perspectivas das crianças têm muito a contribuir para esse campo de pesquisa.

Por outro lado, propomos ampliar o foco para analisar não só a dimensão sociopolítica do cuidado infantil, colocando-o no processo de construção de desigualdades sociais, mas também dentro da estrutura da diversidade da experiência humana, que propomos abordar como uma alteridade que se estrutura com a produção de desigualdades, mas ao mesmo tempo “refere-se a uma relação de subalternidade que se justifica na diferença e que implica assimetria” (Kropff, 2010, p. 174). As linhas de pesquisa que aqui analisamos sinteticamente revelam que as relações de alteridade afetam fortemente as definições, práticas e disputas de cuidado das crianças nos vários campos, embora os estudos mais clássicos nesse campo não os tenham levado em consideração. É por reconhecer essa complexidade que procuramos focar as tensões que ocorrem em torno do cuidado, levando em consideração que a definição de maneiras socialmente apropriadas de cuidar das crianças constitui um ponto crucial nas disputas materiais e simbólicas sobre reprodução ou transformação de toda a sociedade.

Nesse sentido, nas diversas linhas de pesquisa que desenvolvemos e que descrevemos sinteticamente, temos trabalhado na problematização do cuidado infantil, investigando como ele se articula com as construções da infância, alteridade, diversidade e desigualdade nos contextos locais da Argentina contemporânea.

Por fim, ao mesmo tempo, nosso trabalho caracteriza-se por explorar a maneira pela qual as práticas e perspectivas das próprias crianças intervêm nesses processos, uma investigação que – consideramos – contribui significativamente para o campo dos estudos sobre cuidados infantis.

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Resumo

No presente artigo, vamos nos propor a apresentar brevemente alguns aspectos dos debates sobre o cuidado, a fim de chegar a uma proposta que nos permita aprofundar a visão a partir da qual ele é focado. Para isso, apresentamos uma breve revisão do campo de estudos e, depois, os vincularemos às linhas de pesquisa nas quais nossa equipe de pesquisa está trabalhando: cuidado infantil nas areas domésticos, comunitárias e dos bairros; os padrões institucionais de cuidado e cuidado diante da participação de crianças em espaços políticos e produtivos. Como reflexão final, propomos que, apesar dos avanços interessantes que vêm ocorrendo nesse campo interdisciplinar, é necessário abordar como a alteridade afeta o cuidado infantil e quais são as diferentes noções e experiências das crianças que brincam nesse campo em construção.

Palavras-chave: infância, alteridade, cuidado.

Data de recebimento: 24/08/2018
Data de aprovação: 25/11/2019

Childhood, otherness and care. Reflections for an emerging field of study

Abstract

In this article we aim to give an account of some relevant aspects of the growing child care field of studies, to deepen the view from which it is generally approached. To this end, we present a brief review of the investigations on the subject and link some of these lines with those developed by our research group, which is devoted to the fields of child care in domestic, collective and communal spheres, the institutional trails of caring and the caring practices in political and productive experiences. As a final reflection, we propose that in spite of the interesting advances that have been taking place in this interdisciplinary field, it is necessary to include how alterity affects child care, and which are the different notions and experiences of childhood involved in caretaking processes, as a contribution to this field under construction.

Keywords: childhood, alterity, care

Equipe Niñez Plural

Equipe Niñez Plural niniezplural@gmail.com

Equipe de investigação social e antropológica formada por Andrea Szulc, María Adelaida Colangelo, Mariana García Palacios, Pía Leavy, Paula Shabel, Celeste Hernández, Silvia Guemureman, María Eugenia Rausky, Laura Frasco Zuker, Melina Varela e Santiago Morales, radicada no Instituto de Ciencias Antropológicas, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires. Facebook: Niñez Plural.