Ocupação decolonial por estudantes indígenas e quilombolas nas ações afirmativas da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira/Ceará

DOI® https://doi.org/10.54948/desidades.v0i34.53020
  • Antonio Ailton de Sousa Lima
    Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Fortaleza, Ceará, Brasil
  • Francisco Gleidison Cordeiro Lima
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Humanidades, Redenção, Ceará, Brasil.
  • Gabriela Silvestre de Castro
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Humanidades, Redenção, Ceará, Brasil.
  • Merremii Karão Jaguaribaras
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Humanidades, Redenção, Ceará, Brasil.
  • Davi Jerry Alves Melo
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Humanidades, Redenção, Ceará, Brasil.
  • José Freires Nascimento Neto
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Humanidades, Redenção, Ceará, Brasil.
  • Ana Maria Eugenio da Silva
    Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza, Ceará, Brasil e Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Redenção, Ceará, Brasil.
  • Francisca Marleide Nascimento
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Humanidades, Redenção, Ceará, Brasil
  • Lauriane de Castro Nascimento
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Desenvolvimento Rural, Redenção, Ceará, Brasil.
  • James Ferreira Moura Júnior
    Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira e Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará.

Resumo

As ações afirmativas modificaram a estrutura do Ensino Superior Brasileiro, promovendo o acesso de populações historicamente privadas desse espaço. Neste artigo, objetivamos analisar as experiências de estudantes indígenas e quilombolas cotistas de graduação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Os(as) participantes desta pesquisa também colaboram como autores e autoras, sendo quatro estudantes indígenas e quatro estudantes quilombolas com paridade de gênero. Ressalta-se que os(as) estudantes participaram de rodas de conversas sobre suas experiências e os desafios de ingressar e permanecer no Ensino Superior. Foi identificado que os editais específicos de ações afirmativas são importantes formas de acesso. Porém, ainda se observa que estudantes e professores da universidade em estudo reproduzem preconceitos e práticas de discriminação contra indígenas e quilombolas. Apesar dessas lógicas, os estudantes cotistas resistem a essas práticas, apontando a importância de ocupar a universidade com suas trajetórias de luta, seus corpos e suas vozes de resistência. Palavras-chave: indígena, quilombola, ação afirmativa, decolonialidade.

  • indígena
  • quilombola
  • ação afirmativa
  • decolonialidade

Resumen

La acción afirmativa ha cambiado la estructura de la Educación Superior brasileña, promoviendo el acceso de poblaciones históricamente privadas de este espacio. En este artículo, nos proponemos analizar las experiencias de estudiantes indígenas y quilombolas que son titulares de cupos de pregrado en la Universidad de la Integración Internacional de la Lusofonía Afrobrasileña. Los participantes de esta investigación también colaboran como autores, siendo cuatro estudiantes indígenas y cuatro quilombolas con paridad de género. Se destaca que los estudiantes participaron en conversaciones sobre sus experiencias y los desafíos de ingresar y permanecer en la Educación Superior. Se determinó que los edictos específicos de la discriminación positiva son formas importantes de acceso. Sin embargo, aún se observa que alumnos y profesores de la universidad en estudio reproducen prejuicios y prácticas de discriminación contra indígenas y quilombolas. A pesar de estas lógicas, los estudiantes de cuota se resisten a estas prácticas, señalando la importancia de ocupar la universidad con sus trayectorias de lucha, sus cuerpos y sus voces de resistencia.

  • indígena
  • quilombola
  • acción afirmativa
  • decolonialidad

Abstract

Affirmative action has changed the structure of Brazilian Higher Education, promoting the access of populations historically deprived of this space. In this article, we aim to analyze the experiences of indigenous and quilombola students who are undergraduate quota holders at the Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. The participants of this research also collaborate as authors, being four indigenous and four quilombola students with gender parity. It is noteworthy that the students participated in conversations about their experiences and the challenges of entering and remaining in Higher Education. It was identified that the specific edicts of affirmative action are important forms of access. However, it is still observed that students and professors of the university under study reproduce prejudices and discriminatory practices against indigenous people and quilombolas. Despite these logics, the quota students resist these practices, pointing out the importance of occupying the university with their struggle trajectories, their bodies, and their voices of resistance.

  • indigenous
  • quilombola
  • affirmative action
  • decoloniality

Data de recebimento: 16/07/2022

Data de aprovação: 08/12/2022

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  • Antonio Ailton de Sousa Lima

    Homem negro, sociólogo pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Brasil, mestre e doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil. Membro e pesquisador da Rede de Estudos e Afrontamentos às Pobrezas, Discrimi-nações e Resistências.

  • Francisco Gleidison Cordeiro Lima

    Indígena Karão Jaguaribaras de Aratuba, Ceará, Brasil, estudante de Antropologia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Brasil e do Mestrado em História da Universidade Estadual do Ceará.

  • Gabriela Silvestre de Castro

    Indígena da Aldeia Tremembé da Barra de Mundaú em Itapipoca, Ceará, Nordeste do Brasil, estudante de Antropologia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Brasil.

  • Merremii Karão Jaguaribaras

    Indígena, agricultora, ambientalista, artista visual e graduanda em Serviço Social pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Brasil.

  • Davi Jerry Alves Melo

    Homem negro quilombola, cotista, antirracista, graduando em licenciatura em História pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Brasil. Ex-bolsista de monitoria do programa PULSAR (UNILAB).

  • José Freires Nascimento Neto

    Quilombola do Cumbe/Aracati, filho de pescador, graduando em História pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB). Pesquisador sobre agravos da saúde mental em territórios indígenas e quilombolas.

  • Ana Maria Eugenio da Silva

    Mulher negra quilombola, mãe solo, cotista, feminista, antirracista, militante do movimento quilombola do Ceará e dançandeira de São Gonçalo do Quilombo do Sítio Veiga, Quixadá, Ceará, Brasil. Mestra Humanidades pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Brasil. Graduanda em Antropologia pela UNILAB. Doutoranda em História pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil.

  • Francisca Marleide Nascimento

    Preta, quilombola, cotista, pedagoga, mestranda, presidenta do Conselho de Igualdade Racial de Horizonte (COMPPIRH), Brasil, e gestora da escola quilombola Olímpio Nogueira Lopes.

  • Lauriane de Castro Nascimento

    Indígena da Aldeia Indígena Tremembé da Barra de Mundaú, artista, agricultora, estudante de Agronomia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB).

  • James Ferreira Moura Júnior

    Branco, ativista de direitos humanos dos povos indígenas e quilombolas, coordenador da Rede de Estudos e Afrontamentos das Pobrezas, Discriminações e Resistências (rea-PODERE), Professor PQ CNPQ, Professor da UNILAB e do Programa de Pós- Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil.