Temas em Destaque
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Comuna da Terra D. Tomás Balduíno: aproximações a partir de palavras e imagens criadas por crianças assentadas
O assentamento urbano do MST, Comuna da Terra D. Tomaz Balduíno, situado a 45 quilômetros da cidade de São Paulo, foi o ponto de partida para a elaboração deste artigo. As reflexões apresentadas pelas autoras buscaram considerar as crianças assentadas e suas singulares formas de luta radicadas à terra, seus modos de vida e maneiras peculiares de ver o mundo do campo. Com câmeras fotográficas feitas em latas reutilizadas de diferentes tamanhos, aspectos da vida das crianças são mostrados em imagens fotográficas criadas coletivamente por 12 meninos e meninas em idades que variaram dos 5 aos 12 anos, que em pequenos grupos, captaram e escolheram cenas de seu cotidiano. Assinam o artigo Marcia Gobbi, Professora Doutora da FE-USP – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Brasil; Maria Cristina Stello Leite, doutoranda em Educação na mesma instituição de ensino; e Paula França, Pedagoga – UFSCAR – Universidade de São Carlos, São Paulo, Brasil, militante e coordenadora regional de Educação do MST. Leia mais
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Garotas da colônia: aprender e trabalhar na infância rural
Neste artigo, Ana Padawer, Doutora em Antropologia pela Universidade de Buenos Aires (UBA) – Argentina, e professora do Departamento de Ciências Antropológicas na mesma instituição, analisa as participações das meninas nas atividades agrícolas em San Ignacio (Missões, Argentina). Para a autora, não se pode reduzir o envolvimento das crianças no trabalho rural a uma mera estratégia familiar de subsistência e entendê-lo como um processo idílico de transmissão de conhecimentos. Sua intenção foi reconhecer e, ao mesmo tempo, analisar criticamente o caráter formativo do trabalho infantil rural em contextos domésticos. Aborda, por exemplo, que a partir das influências adultas, a associação das meninas ao trabalho doméstico lhes permite desenvolver suas capacidades “naturais” de cuidado das crianças e do lar, enquanto seus irmãos desenvolvem suas habilidades no trabalho rural e, por essa razão, deverão ser os herdeiros da propriedade. Assim, o acesso desigual de meninas e meninos às oportunidades de aprendizagem de habilidades no campo, acaba por se constituir uma ferramenta de restrição social das mulheres. Leia mais.
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Infância rural e trabalho infantil: concepções em contexto de mudanças
Neste artigo, Joel Orlando Bevilaqua Marin, Professor Titular da Universidade Federal de Santa Maria e do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Rio Grande do Sul, Brasil, analisa concepções de infância e de trabalho da criança expressas na legislação vigente no Brasil e na visão de pais de crianças que vivem em unidades de produção familiar. De acordo com o autor, legislações e políticas públicas tendem a construir visões universais de infância e de trabalho, desconsiderando especificidades dos contextos econômicos e socioculturais em que as crianças rurais e seus familiares vivem e trabalham. Desse modo, a intervenção do poder público, por meio de leis e políticas públicas, desencadeia mudanças nas formas de socialização e de transmissão dos saberes-fazeres às crianças, reduzindo a importância educativa dos pais. Leia mais.
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As aprendizagens de crianças rurais em grupos de diferentes faixas etárias ou idades mistas e seu uso na experiência escolar multisseriada
A ideia generalizada de que as crianças rurais têm oportunidades de aprendizagem limitadas fora da escola é contestada por Patrícia Ames Ramello, Doutora em Antropologia da Educação pela Universidade de Londres e Professora Pesquisadora de Antropologia no Departamento de Ciências Sociais da Pontifica Universidad Católica del Perú (PUCP), autora deste artigo. Essa ideia, afirma, não se sustenta se as atividades das crianças forem examinadas cuidadosamente. Neste artigo destaca algumas das características da aprendizagem que conseguiu identificar através de um estudo etnográfico entre crianças ribeirinhas da Amazônia peruana: a aprendizagem em grupo de idades mistas ou multi-idade, em que as crianças são reveladas como fonte e agentes de aprendizagem para outras crianças e o contexto rural aparece como uma fonte de estratégias e formas de aprendizagem. Leia mais.
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Invertendo a ordem geracional: a relação das crianças da zona rural de Orobó (PE) com as novas TIC’s
Discutir sobre o crescente uso do acesso à internet pelas crianças da zona rural da cidade Orobó, Pernambuco, Brasil, e sobre o lugar que estas ocupam na transmissão de conhecimento aos adultos no manejo das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), foi um dos objetivos da pesquisa apresentada por Patrícia Oliveira S. dos Santos, Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil, e Maria de Assunção Lima de Paulo, Doutora em Sociologia e Professora da Universidade Federal de Campina Grande, Brasil. Através da pesquisa, perceberam como a expansão das TIC’s têm se apresentado como um fenômeno crescente entre as pessoas que vivem no meio rural, trazendo à mostra, tanto a infância quanto o contexto rural como dinâmicos e em constante processo de transformação. Reafirmam, no entanto, que nesse contexto, o uso das novas TIC’s pelas crianças não contribui para o individualismo produzindo a chamada “cultura de quarto”. Pelo contrário, as crianças, além de fazerem o uso coletivo das novas TIC’s em lugares públicos como praça e calçadas, continuam brincando nas ruas. Leia mais.
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Ser criança em movimento: ontologias e alteridade na pesquisa com crianças
Neste artigo, os autores Gustavo Belisário d'Araújo Couto, Doutorando em Antropologia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – Brasil; e Antonádia Monteiro Borges, e Professora no Departamento de Antropologia na mesma instituição, (Brasília/DF/Brasil), propõem desconstruir as classificações apriorísticas do que é ser criança e ser adulto, rural e urbano. Inspirados na proposta teórica-epistemológica de Archie Mafeje e a sua crítica às taxonomizações feitas pela Antropologia, o texto defende a pesquisa com crianças de forma a dar conta de suas múltiplas ontologias, rejeitando desse modo uma alteridade fundamental entre crianças e adultos. Leia mais.
Informações bibliográficas
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"Ser niño y niña en el Chile de hoy: la perspectiva de sus protagonistas acerca de la infancia, la adultez y las relaciones entre padres e hijos", de Paulina Chavez Ibarra e Ana Vergara
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"Educación y transformación social en/de Haití a la luz (de la pedagogía obrera)", de Frantz Fanon, de Renel Prospere e Arnaldo Nogaro
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Levantamento Bibliográfico
Nesta seção, apresentamos o levantamento bibliográfico dos livros publicados na área das ciências humanas e sociais dos países da América Latina sobre infância e juventude. O levantamento contemplou obras publicadas no período de Setembro à Dezembro de 2018 cujas informações puderam ser obtidas nos sites de suas respectivas editoras.