Resumo
Realizar pesquisas em espaços habitados por meninos e meninas traz implícita a relação assimétrica entre infância e idade adulta. Os esquemas metodológicos devem, portanto, problematizar esta relação de poder. A partir de uma oficina de antropologia com meninos e meninas realizada em uma escola da cidade de Montevidéu, problematizo como um dispositivo pedagógico pode se tornar um dispositivo metodológico de pesquisas. Ao analisar uma sala de aula como espaço de diálogo, utilizando práticas de identificação a partir das quais são atribuídas adscrições, observa-se que meninos e meninas possuem uma visão complexa das relações de poder e uma concepção altamente dinâmica do dispositivo de alteridade. Isso os coloca em um papel ativo e de protagonismo quando se trata de vivenciar relações assimétricas, fato que deve ser levado em conta ao construir reflexões sobre os espaços habitados pelas infâncias, pois suscita uma dimensão importante da sua agência. Palavras-chave: dispositivos metodológicos, pesquisa com crianças, relações de poder, infâncias.
Resumen
Realizar investigaciones en espacios habitados por niños y niñas tiene implícita la relación asimétrica entre niñez y adultez. Los esquemas metodológicos deberán, por ende, problematizar esta relación de poder. A partir de un taller de antropología con niños y niñas realizado en una escuela de la ciudad de Montevideo, problematizo cómo un dispositivo pedagógico puede tornarse un dispositivo metodológico de investigaciones. Al analizar un aula escolar como espacio de interlocución tomando prácticas de identificación a partir de las cuales se atribuyen adscripciones, se observa que niños y niñas tienen una compleja visión de las relaciones de poder y una concepción sumamente dinámica del dispositivo de alteridad. Esto los ubica en un rol activo y protagónico a la hora de habitar las relaciones asimétricas, hecho que debe ser tomado en cuenta a la hora de construir reflexiones sobre espacios habitados por las niñeces, pues plantea una dimensión importante de su agencia.
Abstract
Conducting research in spaces inhabited by children implies an asymmetrical relationship between childhood and adulthood. Therefore, this power relationship must be problematized when considering methodological schemes. Based on an anthropological workshop with children carried out in a school in the city of Montevideo, I problematize how a pedagogical device can become a methodological device for research. By analyzing a school classroom as a space for interlocution, taking some identification practices from which ascriptions are attributed, it is observed that children have a complex vision of power relations and a highly dynamic conception of the device of otherness. This places them in an active and leading role when it comes to inhabiting asymmetrical relationships. This fact should be taken into account when constructing reflections on the spaces inhabited by children, as it raises an important dimension of their agency.
Fecha de recepción: 16/08/2023
Fecha de aprobación: 01/11/2023
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