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A influência da iluminação nas emoções de jovens no contexto da pandemia de COVID-19

Análise de resultados

Realizada a coleta e transcrição de dados, os mesmos foram agrupados e analisados de acordo com as categorias anteriormente indicadas.

A primeira análise com relação ao tipo de céu tinha como possível hipótese a relação de que dias ensolarados influenciassem, de modo positivo, nas emoções dos pesquisados e, do contrário, dias com baixa luminosidade natural e com muitas nuvens influenciassem de modo negativo. Tal hipótese é parte de estudo de tese de Doutorado em Arquitetura e Urbanismo que aborda a influência da luz na qualificação e percepção da paisagem. No entanto, a pesquisa revelou que a tipologia de céu não influenciou de modo direto nas emoções dos usuários. Muitos relatos com predominância de céu claro mostraram emoções negativas dos pesquisados. Tal conclusão indica que a análise individual sobre a condição de iluminação natural observada de acordo com a tipologia de céu não possui influência direta sobre as emoções dos pesquisados.


Figura 3: Trecho de depoimento de um dos entrevistados. Fonte: Autores.


Figura 4: Trecho de depoimento de um dos entrevistados. Fonte: Autores.

Ainda contrariando a hipótese inicial, na situação de céu claro, emoções negativas se sobrepuseram às emoções positivas, como apresentado nos gráficos abaixo.


Figura 5: Análise da influência da condição de céu x emoções dos pesquisados. Fonte: Autores.

Com relação aos depoimentos realizados no período noturno, as emoções negativas também se sobrepuseram às emoções positivas, assim como no caso de céu claro.

Essa primeira análise teve como desdobramento a não confirmação da hipótese relacionando condição de céu com emoções positivas. É possível que esse resultado esteja atrelado à situação de confinamento dos pesquisados, de modo que o nível de emoções negativas seja um fator preponderante nas mais diversas condições de iluminação e conforto dos ambientes.

A segunda análise realizada na pesquisa relacionou a tipologia de luz artificial presente nos ambientes vivenciados pelos pesquisados e sua relação com o estado emocional desses. Em um universo de 63 relatos, 59% dos pesquisados afirmaram possuir luz fria (branca) no interior de suas residências e/ou postos de trabalho; 32% não mencionaram a presença da fonte luminosa ou estavam em locais abertos (exemplo: quintal) e apenas 9,5% afirmaram possuir luz quente (amarela) nesses recintos. A prática de projetos na área de lighting design comumente relaciona a “aparência da cor” da luz com o tipo de atividade exercida em determinado ambiente: o uso da luz fria para situações que requerem maior atenção nas tarefas a serem praticadas, tais como ambientes de escritório ou cozinha e área de serviço no caso de ambientes residenciais, enquanto a luz quente é recomendada para ambientes direcionados a lazer e relaxamento (quartos, salas, etc).

A pesquisa demonstrou que, além da luz fria ter seu uso preponderante nas residências estudantis avaliadas e nos demais ambientes por eles vivenciados, a relação da cor da luz, se branca ou amarela, não influenciou de modo significativo nas emoções positivas dos pesquisados.

Uma observação importante está no primeiro gráfico de fonte de luz não mencionada: a maioria das respostas positivas referem-se a locais ao ar livre, que permitiram sensações de bem-estar aos pesquisados.

Essa segunda análise ressalta a importância dos espaços livres na manutenção das emoções e no equilíbrio dos pesquisados. Propiciar mudanças de ambientes interiores-exteriores contribui para a saúde mental não apenas de jovens, mas de todos aqueles que estão em busca de equilíbrio emocional. Isso porque, uma vez alterado o estímulo, há a quebra da monotonia da rotina de confinamento, o que pode possibilitar novos pensamentos e emoções positivas. No âmbito da infância e da juventude, em específico, a variação desses estímulos visuais é interessante, tendo em vista a rotina maçante de aulas online e o hábito cada vez mais frequente do uso de celular, tablet e monitor para diversão e socialização que causam uma rotina visual monótona.


Figura 6: Análise da influência da luz artificial x emoções dos pesquisados. Fonte: Autores.

Por fim, uma última análise relacionou ambientes agradáveis (varanda; ambiente aberto; vista para o exterior; claro; silencioso; contato com a natureza; dentre outros mencionados) e ambientes desagradáveis (fechado; abafado; ruidoso; vista para muro alto; pequeno; frio foram as classificações definidas como desconfortáveis aos seus usuários) e sua relação para com as emoções dos pesquisados. A pesquisa revelou que os ambientes com condições favoráveis de conforto ambiental (luz natural, qualidade do ar, conforto termoacústico) contribuíram para emoções positivas aos pesquisados, enquanto locais com carência dessas condições implicaram diretamente em emoções negativas dos mesmos. Garantir condições adequadas de conforto ambiental nos ambientes com uso mais frequente (quarto, sala e cozinha, por exemplo) e tentar estar próximo às janelas com vista para o exterior para auxiliar no ciclo circadiano pode atenuar as emoções negativas no período de confinamento. Para os jovens, essas soluções de Arquitetura poderão auxiliá-los em tomadas de decisões e na concentração ao longo do período de aulas e trabalho remotos.

Com relação a essa última análise, pôde-se perceber que em ambos os gráficos os fatores de conforto luminoso se fizeram presentes na descrição dos ambientes. Nos ambientes considerados agradáveis, fatores como vista para o exterior, presença de aberturas, varanda com sol e ambientes claros foram observados em todos os relatos.


Figura 7: Trecho de depoimento de um dos pesquisados. Fonte: Autores.


Figura 8: Trecho de depoimento de um dos pesquisados. Fonte: Autores.

Nos ambientes considerados desagradáveis, por sua vez, fatores como ambientes fechados, escuros, com pouca ou nenhuma vista para o exterior também foram observados em todos os relatos. O depoimento de T.C.B afirma que, em um dia de céu parcialmente encoberto, em que ele passou a maior parte do dia em seu quarto com condições de iluminação artificial favoráveis (ambiente claro e com luz branca), ele se sentia ansioso e nervoso. Curiosamente, o quarto não possui boa ventilação e apresenta uma vista para um muro alto (ausência de visão de céu).


Figura 9: Croqui realizado por um dos pesquisados em um de seus registros cotidianos. Fonte: Autores.

Outro relato também demonstra a sensação de aprisionamento em um ambiente sem vista para o exterior.


Figura 10: Depoimento e croqui realizado por um dos pesquisados em um de seus registros cotidianos. Fonte: Autores.

Após três meses do contato com os participantes da pesquisa, foi realizada uma última avaliação para que eles descrevessem como têm sido seus dias ao longo de todo esse período, considerando os mesmos pontos anteriormente investigados. Os relatos enviados reafirmam a importância do conforto ambiental na qualidade do lugar onde são realizadas atividades das mais diversas ao longo dos dias de confinamento, conforme exemplo abaixo:

Nesses últimos meses, vivendo em meio a essa pandemia, acho que experimentei todos os meus sentimentos e humores possíveis, ruins e bons, e quase sempre à flor da pele. Infelizmente, o ambiente que mais fiquei, fico e ficarei é em meu quarto. Nele eu durmo, trabalho (estágio) e estudo, não tem iluminação adequada, nem artificial, não tem uma bela vista da janela, a acústica também não ajuda. Isso tudo atrapalha minha concentração e me deixa muito estressado. Por isso, adoro quando posso ir na casa da minha mãe ou em algum sítio, roça… natureza!!! Apesar do cansaço e estresse, estou esperançoso! Aprendi a olhar certas coisas da vida com outros olhos, e a dar mais valor ao que realmente importa! Se chorei ou se sorri, o importante é que eu evoluí! (P.R. 20/09/2020).

Propiciar um ambiente com condições de conforto ambiental adequadas a jovens em fase de realização pessoal e profissional poderá contribuir de modo positivo na construção de sua identidade, uma vez que a pesquisa aponta a relação entre qualidade do lugar e emoções positivas.

Conclusão

A pesquisa buscou avaliar a influência da iluminação dos ambientes frente às emoções de jovens ao longo do período de confinamento causado pela COVID-19.

Após análise dos dados obtidos nesta pesquisa, pôde-se chegar a algumas conclusões sobre o estudo qualitativo da luz e sua influência nas emoções dos usuários e no lugar. Ao contrário do que se pensava anteriormente à realização da pesquisa, a condição de céu não foi um fator determinante para gerar emoções positivas ou negativas nos pesquisados. Tanto dias ensolarados apresentaram relatos de algumas emoções negativas quanto dias totalmente encobertos tiveram relatos de emoções positivas. Tal fato pode estar relacionado ao confinamento desses indivíduos ao longo de muitos dias consecutivos.

As emoções positivas observadas na ausência ou não de informação sobre o tipo de luz artificial inserida no ambiente estão intrinsecamente relacionadas com o bem estar gerado aos pesquisados quando esses estavam em espaços abertos, tais como quintal de casa ou contato com a natureza. Em todos os relatos em que os pesquisados saíram de “dentro de quatro paredes”, as emoções relatadas foram positivas. Relatos contraditórios foram observados em ambientes de luz fria: felicidade aliada com ansiedade.

Ambientes com condições favoráveis de conforto ambiental, incluindo visão de céu e atividades a céu aberto (intimamente relacionadas à presença de luz natural) favoreceram o estímulo de emoções positivas dos pesquisados; do contrário, ambientes cujas variáveis de conforto eram ausentes ou precárias (incluindo conforto luminoso, tais como ausência de vista para o exterior, ambientes fechados e escuros) favoreceram o estímulo de emoções negativas dos pesquisados.

Por fim conclui-se que, ao avaliarmos a influência da iluminação nas emoções humanas, percebeu-se que tal afinidade faz-se perceptível apenas ao relacioná-la com o lugar no qual o usuário está inserido; do contrário, ao analisar a relação da iluminação apenas com as emoções, tal analogia é imperceptível ou nula. É sabido que a qualidade do lugar é composta por inúmeras variáveis, quantitativas e subjetivas e que a análise do conforto ambiental engloba não apenas a grande área da iluminação, mas também a influência do clima, da qualidade do ar e da acústica de um determinado ambiente. O intuito de observar apenas a variável iluminação nesse estudo esteve relacionado com projeto de tese que analisa, em particular, os efeitos da iluminação na caracterização e qualificação de espaços livres.

Esta pesquisa apontou a relevância do conforto ambiental em espaços interiores e, em especial, a contribuição da qualidade da iluminação nas emoções de jovens que estão confinados em suas casas ao longo do ano de 2020. Propiciar lugares com iluminação adequada (seja por meio de aberturas, vista para o céu, presença de luz natural nos ambientes), alterar estímulos visuais e ter contato com espaços livres auxilia no despertar de emoções positivas.

Embora a metodologia aplicada e os resultados apresentados não se apliquem exclusivamente ao campo da infância e juventude, observar os recintos vivenciados por jovens torna-se válido, uma vez que, caso negligenciados, poderão afetar de modo indireto o desempenho acadêmico, profissional e relacional desses indivíduos. Sendo assim, ambientes com ausência das condições favoráveis relatadas neste estudo, além de influenciarem de modo negativo as emoções, poderão comprometer o senso de identidade desses jovens.

Como desdobramentos futuros, sugere-se o monitoramento da qualidade do lugar vivenciado pelo público infanto-juvenil e possível estudo comparativo com aqueles que tiveram uma melhora considerável nos aspectos de conforto ambiental e lumínico em suas residências.

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Resumo

Desde a eclosão do COVID-19 no início de 2020, o isolamento social faz parte do nosso cotidiano. Hábitos foram modificados, fazendo com que passássemos cada vez mais tempo em nossos lares, alternando entre os afazeres da vida pessoal e profissional. O presente estudo contemplou opiniões de jovens entre 21 a 29 anos do curso de Arquitetura e Urbanismo, entre o período de maio a junho e, posteriormente, no dia 20 de setembro de 2020. Através de observação incorporada, registros cotidianos e croquis de campo, os jovens registraram seu cotidiano alterado devido ao regime de quarentena. A pesquisa revelou que as emoções positivas apresentadas estão diretamente relacionadas a lugares com condições de conforto luminoso adequado, incluindo aberturas para o exterior e contato com a natureza. Ambientes com ausência das condições favoráveis relatadas neste estudo, além de influenciarem de modo negativo as emoções, poderão comprometer o senso de identidade desses jovens.

Palavras-chave: emoções humanas, conforto luminoso, percepção ambiental, qualidade do lugar.

La influencia de la iluminación en las emociones de los jóvenes en el contexto de la pandemia COVID-19

Resumen

Desde el brote de COVID-19 a principios de 2020, el aislamiento social ha sido parte de nuestra vida diaria. Se cambiaron hábitos, haciéndonos pasar cada vez más tiempo en nuestros hogares alternando las tareas de la vida personal y profesional. El presente estudio contempló las opiniones de jóvenes entre 21 y 29 años del curso de Arquitectura y Urbanismo, de mayo a junio y, posteriormente, el 20 de septiembre de 2020. A través de la observación incorporada, registros diarios y bocetos de campo, los jóvenes registraron su vida diaria alterada debido al régimen de cuarentena. La investigación reveló que las emociones positivas presentadas están directamente relacionadas con lugares con adecuadas condiciones de confort lumínico, incluyendo aperturas al exterior y contacto con la naturaleza. Los ambientes con ausencia de condiciones favorables reportados en este estudio, además de influir negativamente en las emociones, pueden comprometer el sentido de identidad de estos jóvenes.

Palabras clave: emociones humanas, confort luminoso, percepción ambiental, calidad del lugar.

The influence of lighting on young people’s emotions in the context of the COVID-19 pandemic

Abstract

Since the outbreak of COVID-19 in early 2020, social isolation has been part of our daily lives. Habits were changed, making us spend more and more time in our homes alternating between the chores of personal and professional life. The present study contemplated opinions of young people between 21 and 29 years of the Architecture and Urbanism course, from May to June and, later, on September 20, 2020. Through incorporated observation, daily records and field sketches, young people registered their altered daily life due to the quarantine regime. The research revealed that the positive emotions presented are directly related to places with adequate luminous comfort conditions, including openings to the outside and contact with nature. Environments with the absence of favorable conditions reported in this study, in addition to negatively influencing emotions, may compromise the sense of identity of these young people.

Keywords: human emotions, luminous comfort, environmental perception, place quality.

Data de submissão/Fecha de recepcíon: 30/09/2020
Data de aprovação/Fecha de aprobación: 12/01/2021

Juliana Mara Batista Menezes Hybiner julianamara.arq@gmail.com

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Doutoranda PROARQ-FAU-UFRJ e Professora do Centro Universitário do Sudeste Mineiro (Unicsum), Universidade Vale do Rio Verde (Unincor), Três Corações – MG, Brasil e Centro Universitário Governador Ozanam Coelho (Fagoc), Ubá – MG, Brasil.

Giselle Arteiro Nielsen Azevedo gisellearteiro15@gmail.com

Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Brasil. Doutora (PROARQ-FAU-UFRJ) e Professora Associada FAU-UFRJ e PROARQ-FAU-UFRJ; Coordenadora do Grupo Ambiente-Educação (GAE) - PROARQ-FAU-UFRJ; Coordenadora Adjunta de Ensino Programa de Pós-Graduação em Arquitetura (PROARQ-FAU-UFRJ).