Temas em Destaque
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É um bebê! Olhares das Ciências Sociais sobre os primeiros anos de vida
“Por que as pessoas tem bebês? Os bebês são pessoas? Como um recém nascido da espécie humana se torna um ‘bebê’? São seres racionais? Os bebês têm cultura?” Estas são algumas das perguntas com que os autores Pablo De Grande, Doutor em Ciências Sociais e Humanidades pela Universidade de Quilmes, Buenos Aires – Argentina e Carolina Remorini, Doutora em Ciências Naturais e Graduada em Antropologia pela Universidade Nacional de La Plata (UNLP), Argentina, iniciam este artigo, que traz como reflexão a presença dos bebês na pesquisa social. Os pesquisadores reconhecem duas aproximações que emergiram da preocupação em problematizar a primeira infância e os bebês e que transcendem os limites disciplinares: o enfoque antecipatório e o enfoque vivencial. No primeiro, o olhar sobre os bebês está posto no seu futuro, no segundo, no seu presente. Leia mais.
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Violência autoinflingida: jovens indígenas e os enigmas do suicídio
“Tema espinhoso, difícil, mas necessário atualmente, visto que os dados apontam para um aumento dos casos de suicídio entre jovens no mundo, no Brasil e, neste país, em relação aos povos indígenas”. Com estas palavras a antropóloga Lucia Helena Rangel, Professora doutora do Departamento de Antropologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC SP, Brasil, inicia este artigo que acena para a urgência de mobilização ante o crescente número de suicídios entre jovens indígenas no Brasil. Dentre os casos destacados, o mais agudo é o do povo Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul que, no espaço de 19 anos, apresenta uma média aproximada de 45 ocorrências por ano. Os dados apresentados pela autora estão contidos no Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, publicado anualmente pelo Conselho Indigenista Missionário – CIMI. Leia mais.
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As crianças no processo migratório: uma realidade que continua vigente
Neste artigo os autores expõem os principais acontecimentos políticos e econômicos que elevaram o índice de mobilidade humana na sociedade equatoriana durante os últimos 70 anos. Analisam como tais acontecimentos tiveram efeitos nas estruturas e nas configurações familiares daqueles que optaram por migrar em busca de novas oportunidades de trabalho em nações que ofereciam um ‘futuro estável’ e com oportunidades de desenvolvimento econômico. Em sua discussão, os pesquisadores Karina Benavides T. Mestre em Antropologia e Cultura pela Universidade Politécnica Salesiana do Equador, e Daniel Llanos Erazo, Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Nacional de Cuyo, Argentina, apresentam dados empíricos de duas pesquisas realizadas em 2008 e 2009. No primeiro estudo o grupo central com o qual trabalharam foi de crianças que tinham pais e/ou mães migrantes. O segundo foi realizado com adolescentes e jovens estudantes que colaboraram no estudo com as suas vozes e experiências vividas diante da migração dos seus familiares. Leia mais.
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Infância, alteridade e cuidado. Reflexões para um campo em construção
A equipe de investigação social e antropológica ‘Equipo Ninez Plural’, radicada no Instituto de Ciencias Antropológicas, Facultad de Filosofía y Letras, Universidad de Buenos Aires, apresenta neste artigo uma breve revisão do campo de estudos sobre o cuidado no âmbito das linhas de pesquisa com as quais vêm trabalhando esta temática: cuidado infantil nas áreas domésticas, comunitárias e dos bairros; padrões institucionais de cuidado e cuidado diante da participação de crianças em espaços políticos e produtivos. Em seus estudos, as linhas de pesquisa analisadas revelaram que as relações de alteridade entre crianças e adultos afetam fortemente as definições, práticas e disputas de cuidado das crianças nos vários campos interdisciplinares; contudo, apesar dos avanços que vem ocorrendo, os estudos mais clássicos não os levam em consideração. Leia mais.
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Escola e projetos de vida: o que dizem os(as) jovens sertanejos(as) de alagoas
Chegar ao final da educação básica não se configura como uma situação natural para os(as) jovens sertanejos de Alagoas, Brasil. Finalizá-la com ingresso na universidade ou numa boa posição no mercado de trabalho, significa a superação de obstáculos e a vitória individual, familiar e, até mesmo, do grupo social marginalizado. Essas são algumas das conclusões apresentadas neste artigo que problematiza os projetos de vida e a relação com a escola de jovens alunos do 3° ano do ensino médio de uma escola pública no município de Delmiro Gouveia, sertão do estado de Alagoas. Para as pesquisadoras Isabel Cristina Oliveira da Silva, Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Brasil, e Maria Freitas Teixeira, Doutora em Ciências da Educação pela Universidade Paris 8, França, o contexto da seca, frequentemente explorado pelas mídias, invisibiliza outros aspectos igualmente relevantes na vida dos jovens, como a escolarização, os sonhos, a luta por dias melhores, revelados em seus depoimentos. Leia mais.
Informações bibliográficas
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Juventudes em movimento: experiências, redes e afetos. Organizado por Veriana Colaço, Idilva Germano, Luciana Lobo Miranda, João Paulo Barros.
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Infancia / Dictadura. Testigos y actores (1973-1990), de Patricia Castillo-Gallardo.
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Levantamento Bibliográfico
Nesta seção, apresentamos o levantamento bibliográfico dos livros publicados na área das ciências humanas e sociais dos países da América Latina sobre infância e juventude. O levantamento contemplou obras publicadas no período de setembro a dezembro de 2019 cujas informações puderam ser obtidas nos sites de suas respectivas editoras.